terça-feira, 30 de junho de 2015

"OS PÁRIAS DA SOCIEDADE."

contato estelar:
Dos meus tempos de espiritismo kardecista, que me ajudou e confortou durante muito tempo; esse texto que li e guardei em 1991 me tocou profundamente. agora publico com a ajuda da internet. essa frase - prisioneiros que tomam conta de outros prisioneiros - é magistral; temos lido isso repetidamente recentemente, os nosso controladores só são capazes de nos controlar porque desenvolveram o artificio de usar a nossa própria força contra nós mesmos. 
OS PÁRIAS DA SOCIEDADE
     Em toda parte os párias andam a sós. São os miseráveis que o mundo venceu e tomou-lhes as oportunidades de sobrevivência. Reúnem-se em maltas de criminosos e farândolas de tristes; assustadiços, fazem-se agressivos, no país do esquecimento onde estabelecem morada. São os que tiveram negado o direito de viver, conquanto sejam os frutos amargos da árvore da sociedade malsã.
     Os párias não têm nomes, usam apenas uma designação a que se acostumaram a responder. Sua família são os encontros fortuitos, seus amores a aventura amarga, suas paisagens as sombras das pontes, as margens dos rios, os pântanos e as palafitas, os morros e as favelas, donde espiam, filosofando com o cinismo da miséria, os outros...
     Mas, esses são os párias econômicos, os abandonados sociais.
     Os outros, os párias de luxo, esses brilham na ilusão e se refestelam no conforto em que amolentam o caráter, já debilitado, e esfrangalham as esperanças frouxas dos outros párias, tomando-lhes, ou, para ser exato, roubando-lhes os direitos humanos que também deveriam ter, mas não têm. Aqueles, os párias por falta de dinheiro e família, são chamados “chagas sociais”, mas os outros, os que fulguram em manchetes de jornais, não têm epíteto, porque não há substitutivo para a expressão câncer moral.
     Onde estes últimos estão, são eles que têm a miséria e fomentam-na, proclamam acusações contra a impiedade e são os responsáveis pela criminalidade de vário porte, enjaulando nas próprias garras a justiça que os não alcança nos crimes violentos que praticam com as mãos enluvadas; são os que se utilizam das leis em falência para cercear a liberdade daqueles que já são prisioneiros de si mesmos, mas paredes sujas da infelicidade, e trancafiá-los nos cárceres onde colocam guardas armados, fazendo que os carcereiros, que os espionam e sobrecarregam de injúrias, não passem, afinal, de prisioneiros que tomam conta de outros prisioneiros.
     Muito maior do que se pensa é a legião dos párias.
     Enxameiam nas vielas sórdidas das cidades e nos casebres das vilas ao abandono, inundando, também, os palácios e os apartamentos onde vivem os homens de alto coturno, em cujas existências a degradação fez morada, e de onde a vergonha, por não suportar o assédio da imundície moral, foi expulsa, enxovalhada, a pedradas de ironias e desdém... Fugindo de si mesmos, são incapazes de fitar-se no espelho da consciência, esses párias do poder temporal, que mergulham nas drogas alucinantes para sonhar o pesadelo da mentira que os asfixia, empedernindo-lhes os sentimentos e vencendo neles as mínimas expressões de humanidade.

(Espírito de Victor Hugo - Médium: Divaldo P. Franco - Obra: Párias em Redenção) 
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